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Viver um luto

  • Foto do escritor: Eduardo Martins
    Eduardo Martins
  • 1 de mai. de 2023
  • 2 min de leitura

Atualizado: 17 de jun.

Ao vivenciarmos perdas em nossas vidas, deparamo-nos veementemente diante da falta. Seja pelo falecimento de alguém querido ou o fim de um relacionamento, somos impelidos a refletir sobre a importância que a presença daquela pessoa possui em nossa história e na vida como a conhecemos.


O sentimento de perda se manifesta de forma súbita e obstinada, relembrando-nos os momentos vividos. A elaboração de uma perda é um processo árduo e extenso. A falta do outro nos causa uma sensação de vazio, como um furo na malha que compõe a nossa realidade. Logo, todas os fios e linhas que atrelam nosso pensamento a esse outro, sejam os lugares vivenciados juntos, músicas ou memórias, nos levam novamente a olhar para esse furo, essa falta.

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No entanto, algo que foi causado a partir da relação com o outro, é algo também passível de ser transformado a partir da relação com o outro. A partir da reconstrução de laços com o mundo, de poder expressar a dor da perda, e de também compreender o lugar que ela reside em nossa vida, é gerada a possibilidade de uma reconfiguração de nossas relações com a realidade que nos envolve. Aos poucos, vamos aprendendo a costurar bordas ao redor desse furo. Não que ele deixe de existir, mas sim que vamos aprendendo a dar um lugar para ele.


Creio que seja um tanto por isso que a terapia se tornou um espaço tão buscado atualmente ao vivenciar um luto. Frente ao silêncio tão recorrente da sociedade para a dor sentida nesses momentos, a terapia pode ser um local de amparo e de escuta para que esse processo possa ser vivido.


A perda de algo ao qual amamos é sempre um momento marcante, irreversível em nossa trajetória. Logo, é importante que tais marcas possam ser novamente inseridas em nossa vida, na narrativa de nossa história.


 
 
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