Solidão e a Pausa
- Eduardo Martins

- 1 de abr. de 2023
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Em meio às músicas, ao escutar Belchior dizendo sobre a solidão das pessoas dessas capitais ou Zeca Baleiro confessando se sentir mais solitário que um paulistano, penso a respeito do porquê as cidades, com suas numerosas populações, estão associadas a essa ideia de solidão.

Em meio às aglomerações nas cidades, de pessoas, de carros, de afazeres, o contato parece muitas vezes estar em falta. O ritmo do dia a dia em diversos momentos acaba por nos cobrar aceleração: vários lugares para se estar, várias coisas para se resolver, várias coisas pra pensar... O volume de tarefas encurta o tempo.
Porém a construção de um vínculo, de uma boa conversa, de uma presença reconfortante demanda tempo, tem o seu ritmo próprio. Mesmo que por vezes quiséssemos, há coisas em nossas vidas que não podem ser aceleradas.
Em um mundo que possui como valor primordial a velocidade, nos vemos nesta encruzilhada entre a correria que nos é imposta e o anseio pela pausa. Quem sabe, em um convite para uma caminhada prolongada pelo parque, em uma conversa tranquila, em um olhar sossegado para o outro possa estar um pouco desse lugar de aconchego ao qual buscamos.



